31 dezembro 2007

morfina

Os Mundo Cão chegaram par dar nova força na musica nacional.
Palavras que reflectem o absurdo de sensações.

Tudo o resto é Morfina.




Como é bela a deusa do meu céu
Actriz de ralé
No meu mausoléu de ninfas da maré
Faz dança do véu
Com um sururu de se tirar o chapéu
A feliz garça com o seu girar
Transmuta por dom o meu lupanar
Em casa de bom tom
Angélico altar
Onde o varonil tem gosto em capitular

Bem vindos ao meu bazar
Propõe chás do Sião, pepitas do Brasil, jóias da Pérsia

Morfina
Não perdes nada em entrar
Vem ver a actuação, o exótico pernil, a doce inércia

A morfina

É tão quente a raça do seu ser
Seu jeito fatal de dar a entrever
O gozo sensual
O mole prazer
Que a carne retêm depois de esmorecer
E sem mais me deixa suspirar
Na maior nudez que venha a rodar
Até ser minha vez
Os braços no ar
Que me faça vir na graça do seu picar

Bem vindos ao meu bazar
Propõe chás do Sião, pepitas do Brasil, jóias da Pérsia

Morfina
Não perdes nada em entrar
Vem ver a actuação, o exótico pernil, a doce inércia

A morfina

Bem vindos ao meu bazar
Propõe chás do Sião, pepitas do Brasil, jóias da Pérsia

A morfina

Propõe chás do Sião, pepitas do Brasil, jóias da Pérsia

Morfina

Vem ver a actuação, o exótico pernil, a doce inércia

Adolfo Luxúria Canibal

25 dezembro 2007

reflexão

Acordei insolente, o tempo para mim tem os dias contados. Um destes dias fico sem tempo, sem tempo para acordar, sem tempo para me olhar, ou olhar o eu do meu espelho que em tudo é parecido comigo.

Mas não o vejo como se fosse eu.

Sem ele não imaginaria que os dentes são cor de marfim, sem ele não teria a noção da beleza que é sorrir… mesmo que no reflexo me pareça demasiado introspectivo por vezes a roçar a humor negro.

Acordei com essa oferta do meu natal, esse excelente presente que é ainda me poder olhar ao espelho, esse presente que é a constância da crítica… do que parece ser a minha alma física planificada nesse rectângulo mágico.

Mágico porque nos arruína quando nos observamos em estado de espírito malévolo, mágico porque nos alimenta a auto-estima, endeusando o culto da personalidade.

Se não fosse esse companheiro matinal, nunca teria a certeza que o que me dizem ser a cor do meu cabelo, seria na verdade a cor do meu cabelo. Poderiam mentir-me perfeitamente para me humilharem… pois na verdade serão muito poucos os que o diriam por bem. Muito poucos mesmo. A exaltação do negativo é uma nova religião, a do culto do individualismo.

Com o espelho já somos dois diferentes mas em quase tudo semelhante.

Eu e o outro, que é quase como eu… talvez demasiado mimético.

E se um dia o meu eu salta do espelho? E se ocupa o meu lugar… o que será de mim?

Ainda existirei nesse momento, ou estarei no canto superior de uma sala a observar o meu físico?

Estou a pensar partir o espelho, antes que ele me parte.

Mas pegando no seu princípio de vida que é a reflexão, pela primeira vez vou imitá-lo, vou também eu na minha humilde condição de humano mimar a sua postura. Vou também reflectir, pensando melhor nessa oferta do meu natal.

24 novembro 2007

de bradar aos céus...




Não me apeteceu ligar o forno porque quente já eu estava. Apetecia-me algo mais doce, por favor o da publicidade não, algo que tivesse um toque ainda mais subtil, toque de suavidade.

Pensava eu como seria empolgante tocar uma pele macia de banhos de leite.

Peguei numa lata de leite condensado, palitos de champanhe, café e natas esquecendo-me das histórias das doses, porque de momento não estava para doses nem meias doses era o que tivesse que ser, e saiu-me uma esplêndida mousse, como dizia a minha querida amiga Isabel que um dia a vida lhe pregou uma partida, partindo, está de bradar aos céus

Impacientemente esperei que a porta se abrisse...


Tenho de limpar o frigorífico, porque devo ter algo estragado lá dentro, e porra detesto esta nossa política

Vou desligar a TV e pôr mãos à obra.

18 novembro 2007

joy division - regressão



Claustrofobia e depressão são elementos preponderantes nas composiçoes de Ian Curtis. Sentido marcial e austeridade da bateria marcam a cadência soturna da música dos Joy Division.

A 18 de Maio de 1980, Ian Curtis suicida-se.

02 novembro 2007

togororo

Imaginem a perpétua tranquilidade, imaginem como se sente a alma de quem vive em Togororo.

Calientes, dolentes assim se vive pachorrentamente com a vista para o eterno horizonte.

Em Togororo existe mais gado bovino do que gente.
Tenho um amigo que tem uma agência funerária, normalíssima como todas as agências funerárias da velha Europa, e de tanto esperar por serviço… diagnosticaram-lhe uma depressão.

O desequilíbrio no corpo e na mente afectou-lhe o sistema imunológico e o homem, sistematicamente espirra e convulsa de prantos pela sorte que nunca mais se afasta dos seus vizinhos e amigos.

Aconselhei-o vivamente a visitar Li An Tchai o único chinês que vive em Togororo.
A raiva que tem do chinês por este não ter família para sepultar, não lhe permite uma consulta de rotina ao Sr. Ervanário de olhos em bico, mas enfim…

Mas Togororo tem outros sentimentos que enchem de encanto os seus recantos. A singeleza da vida, a alegria contagiante, a ingenuidade e honestidade fazem deste povo um caso raro no mundo moderno, excluindo por razões quase óbvias o Sr. da agência funerária.

O calor era intenso, e o odor a cadáver perseguia os dois amigos que tentavam num discurso o mais fluido possível não contaminar as narinas.

Largos minutos ainda os separavam do destino, de descarga.

Falavam das batatas autodate e da sua origem inglesa “auto date”… das quinegua de King Eduard… e outros estrangeirismos que se vão apoderando do espaço deixado pela mater língua… lá como cá.

António Bencomo falava de como era bom ter tantos amigos… essa alma de 1,93m de altura e corpo de lutador de greco-romanas, imponente nos seus 132 kg… aliás é surpreendente como este “animal” agilmente monta o seu camião Berliet de 400 cavalos, 26 toneladas, e uma báscula.

Sinceramente não sei se ter medo do camião ou de António Bencomo.
Ponho-me a pensar quem será mais tenebroso… se o franzino anoréxico Sr. da funerária ou este mastodonte do asfalto.

Mas António Bencomo é uma manteiga, que se derrete em sentimentos. A sua alma não é proporcional à fortaleza do seu corpo.

Conversa puxa conversa e o diálogo caminhou para a amizade. Sebastião seu companheiro de viagem e de longas vigílias a nada, falava da guerra em África, de paixões, de amores e de quanto sentia a amizade de António Bencomo … capaz de lhe dar a camisa se necessário fosse… se necessário porque as camisas de António Bencomo seriam autênticos lençóis para cobrir-se da eterna primavera.

Lágrima nos olhos António Bencomo começa a chorar convulsivamente com tanto elogio de Sebastião à sua brutal pessoa.

Não se contém do pranto… qual lava de vulcão furioso.

Lentamente, e aos soluços, chegam à central incineradora onde vão bascular as 17 vacas mortas que transportam no camião funerário de transporte de animais mortos sem validade de consumo.

O negócio da funerária animal é bem próspero.

Em Togororo morrem mais vacas do que homens, e os sentimentos parecem eternos.


Togororo, no meio do Atlântico, 29 de Outubro de 2007

26 outubro 2007

whisky sem soda

Só faço anos nos anos bissextos que acabam em dois
Gasto mais do que ganho, vivo com a casa sem um botão,
Não tenho hábito de guardar a roupa se vou nadar,
Nunca me mete nojo o ultimo copo nem o próximo bar,
Vendi por amor e não por dinheiro, minha alma a Belzebu
E das duas tipas de Goya prefiro a mesma que tu.

Que vou eu fazer
Se gosto de whisky sem soda
De sexo sem casamento
De penas com pão?

Que vou fazer eu
Se do amor gosto sem etiquetas
A morte sem dor
Eva e Adão?

Opino com Sade que ao desejo os travões ficam mal
Nunca entendi o móbil do crime, a menos que seja passional.
Se rompi algum hímen, se parti algum prato na minha mocidade
Hoje, já retirado, só roubo e mato por necessidade
Sempre que a morte vem atrás de mim fujo a mil pés,
Tens de ser papagaio se és trapezista e saltas sem rede.

Que vou eu fazer
Se gosto de whisky sem soda
De sexo sem casamento
De penas com pão?

Que vou fazer eu
Se do amor gosto sem carimbos
A morte sem dor
Eva e Adão?

Joaquin Sabina

23 outubro 2007

the devastations



Juntem-lhes o lado sinistro de Nick Cave e a paixão dos Tendersticks, e temos The Desvatations, banda oriunda de Melbourne, Australia.

Conrad Standish (voz/baixo), Tom Carlyon (guitarra/voz), e Hugo Cran (bateria), esta é formação original de The Desvatations.

20 outubro 2007

quando for grande quero ser assim

"Nunca respondo a provocações idiotas. O meu pai sempre me disse: «nunca te atires à lama a lutar com um porco – primeiro, porque te sujas; segundo, porque é disso que o porco gosta"

Walter Winchell (1897-1972 ), judeu, jornalista americano.
in "Notes of a New York Columnist", Daily Mail, 31 de Maio de 1948.

18 outubro 2007

sterlin



Fantástica Adela Peraita e os Sterlin.

Não sei se me apaixonar pela cantora ou pelas canções. A sua voz cristalina e as melodias simples e profundas fazem dos Sterlin uma banda a merecer mais atenção do melómanos nacionais.

01 outubro 2007

100 tiltulo ela I

O clássico sapato vermelho entre carris foi o mote para a minha libertação. Não houve Alfa nem Intercidades e tão pouco qualquer comboio de mercadorias daqueles bem pesados que levam cimento. A ideia de negociar o amor foi repentina. E se abrisse uma agência de qualquer coisa que envolvesse o amor?

Sei lá casamentos, porra mas isso já existe.

Divórcios, mas essa merda é para advogados.

Sei lá qualquer coisa antes que venha esse monstro, que agora já não desejo a morte.
Acorda Sofia acorda tu estás louca. O monólogo funciona como terapia à resistência. Sim uma agência pois uma agência onde eu própria possa ser a proprietária, a empregada e a primeira cliente. Eu sinto-me bem com Sebastião é um tipo fixe, por vezes um pouco tresloucado. Recordo-me quando sem mais nem quê partiu o copo de Whisky e se pôs a chorar por tê-lo partido, aqueles acessos de infantilidade à Sebastiãozinho.

Continuando a sonhar alto, a agência devia ser o espelho da minha necessidade, da minha ascensão profissional, da minha vontade de ser um pássaro livre, que tanto podia fazer um voo bem alto como voo picado sobre qualquer alvo, em que não existisse nenhuma gaiola onde pudesse estar enclausurada, onde quando me apetecesse abrisse a porta e saísse, ou assim tipo contrato de aluguer. Casávamo-nos, ou melhor íamos ao cartório e assinávamos um contrato onde ficaria explicita a duração do contrato tipo x meses. Boa é isso mesmo, uma agência de leasing matrimonial, boa, leasing matrimonial, e já tenho nome – SOFILEASING. Vai ser de fazer pirraça às minhas amigas, as televisões vão cair em cima de mim, uahu, vou ter publicidade gratuita.

Entre Sofia Albuquerque Alves Borges, Sebastião Gomes Claro Cardoso e SOFILEASING é estabelecido um contracto usufrutuário de comunhão de bens por tempo determinado e com o prazo de 48 meses a contar desta data… e eu já sonho alto com a minha liberdade, vendo as neuroses de Sebastião por um canudo, ele a tomar conta dos nossos futuros filhos, eu quero ter muitos filhos e o Sebastiãozinho um excelente papá.

Será que em 48 meses consigo ter mais de 3 filhos?

O chá está na mesa, cruzo as pernas e, de soslaio pisco-lhe o olho.

Olha saiu-me.

O tipo levantasse e dirige-se a mim porte altivo, seguro de si, comecei a tremer, será o príncipe encantado?

E diz-me:

- Permita que me sente a seu lado?

Um longo arrepio correu-me pela espinal medula abaixo tocando longamente na minha intimidade. Num gesto forte bem estruturado puxou a cadeira e sentou-se. Trémula de paixão quase sem voz perguntei-lhe se tomava um chá, o qual anui.

- Sabe é muito linda, e parece-me apaixonada.

- Sim, sim foi amor à primeira vista. Disse eu meio aparvalhada.

- Pois eu entendo-a, o Sebastião gosta muito de si, e pediu-me para lhe entregar esta carta, chamo-me Ricardo Abreu, ou melhor Tenente Abreu.

22 setembro 2007

100 título ele I

Desço abruptamente a calçada, nas mãos ainda levo trémulo o sentimento de dor.

São quatro horas não sei se da manhã ou da tarde pouca diferença faz. Os olhos arregalados já não permitem destrinçar o lado colorido da roupa que visto.

E a Seychelles aqui tão perto de um tsunami convulsivo.

Sabia que estas coisas não aconteciam só aos outros, tinha a prefeita noção que os sentimentos são como as rotundas, com entradas e saídas.

Como é que se pode ser tão horrível, tão diabólico. Prometo tentar nunca mais partir um copo de whisky.

Levanto-me na penumbra do meu olhar, as fadas negras pululam no meu imaginário, e uma acerca-se em câmara lenta, 135mm e beija-me a testa sussurrando-me candidamente:

- Sebastião, nunca te esqueças que um poema sem nexo é como uma cama sem sexo.

E eu que tinha acabado de me levantar, ainda mal conseguia acertar com o dedo no chinelo, quando a minha consciência bate no fundo e a pancada é tão grande que me fez recuperar a memória dos momentos anteriores.

Faço o gesto típico de sacudir a cabeça com violência rrrrrrrrhuuuum, violento como quem toma um cimbalino duplo sem açúcar, afinal o gelo ainda estava inteiro, ainda havia a oportunidade de voltar a saborear um copo de whisky e pensar que a minha cama ainda é capaz de ranger de prazer. Na verdade existem camas que têm vida, assim como copos de qualquer coisa. Enfim esta capacidade humana de amar a carne e o fóssil.

Por volta das 7 horas não sei se da manhã ou da tarde encontro-me homem vestido de negro. A fatiota está a rigor para a festa mais colorida do ano a minha Renault 4l está perfeitamente linda, a música que sai roufenha do auto rádio parece-me in delével a Dark Side of the… e não consigo recordar-me do nome do grupo.

E logo agora que estou pronto para a grande farra, vem-me esta coisa negra encher o carro e obrigar-me a escrever à Sofia, recordando-a que gosto da minha 4L e que ainda estou louco de amor por ela. Há objectos e abjectos que nos fazem mover.

- Sebastião, Sebastião, acorda tens de estar no quartel às 8 horas e ainda se ouvem as granadas a explodir no quintal e nós precisamos da tua ajuda, meu querido filho.

O ar sôfrego da mãe num misto de protectora e protegida faz com que Sebastião vista o seu camuflado urbano e parta urgentemente para a sua guerra civil.

No braço esquerdo reluz uma tatuagem Angola 1972 – Amor de Mãe.…///…

21 setembro 2007

estações

No decorrer da Primavera sai na estação errada, mas caminhando encontra-se quase sempre uma nova estação.

08 abril 2007

quem me leva os meus fantasmas

Aquele era o tempo em que as mãos se fechavam
E nas noites brilhantes as palavras voavam
E eu via que o céu me nascia dos dedos
E a Ursa Maior eram ferros acessos
Marinheiros perdidos em portos distantes
Em bares escondidos em sonhos gigantes
E a cidade vazia da cor do asfalto
E alguém me pedia que cantasse mais alto

Quem me leva os meus fantasmas
Quem me salva desta espada
Quem me diz onde é a estrada

Aquele era o tempo em que as sombras se abriam
Em que homens negavam o que outros erguiam
Eu bebia da vida em goles pequenos
Tropeçava no riso abraçava venenos
De costas voltadas não se vê o futuro
Nem o rumo da bala nem a falha no muro
E alguém me gritava com voz de profeta
Que o caminho se faz entre o alvo e a seta

(refrão)

De que serve ter o mapa se o fim está traçado
De que serve até à vista se o barco está parado
De que serve ter a chave se a porta está aberta
De que servem as palavras se a casa está deserta

(refrão)

Pedro Abrunhosa

29 março 2007

28 março 2007

chuva na A28

A Chuva ácida é caracterizada por um PH abaixo de 4,5. É causada pelo enxofre proveniente das impurezas da queima dos combustíveis fósseis e pelo nitrogénio do ar, que se combinam com o oxigénio para formar dióxido de enxofre e dióxido de nitrogénio. Estes se difundem pela atmosfera e reagem com a água para formar ácido sulfúrico e ácido nítrico, que são solúveis em água. Um pouco de ácido clorídrico também é formado.
As
chuvas normais têm um pH de aproximadamente 5,6, que é levemente ácido. Essa acidez natural é causada pela dissociação do dióxido de carbono em água, formando o ácido carbónico.

fonte "Wikipédia"

A chuva ácida industrial é um problema em Cacia e em áreas sob a influência de correntes de ar provenientes dessa localidade, tal como a cidade de Aveiro.

Porra tá a chover será que ela é………

27 março 2007

ivone silva

raul brandão

Nunes

É o Sr. Milhões com uma carta do presidente do ministério.

Governador Civil

O Sr. Milhões? Que entre…que vida esta! Que país este! Exactamente no momento psicológico, no momento em que me remontava. Nunes.

(Ai do lusíada coitado…)

Isto não é um país, é uma selva onde os homens de génio têm de ser ao mesmo tempo governadores civis. (lendo o bilhete) O Sr. Milhões. Diz-lhe que entre, diz-lhe depressa que entre. (Abre a carta) É o próprio ministro que recomenda o homem mais rico de Portugal.

In " O Doido e a Morte"


DARIO FO

CANÇÃO DAS ORIGENS


Deus desenhou rápido

que esse novo espécimen

perdido como um parvo

em pleno paraíso

de ar quase estúpido

não sorria nunca,

olhar melancólico

e não se ria nunca.

e para vê-lo sorrir

deus criou a mulher

fê-la feminina

com umas curvas mais,

e um encontro fantástico

ocorreu no Éden,

Adão estava amedrontado

e Eva inquieta,

e entre risos e palpitações

entre abraços e ósculos

aconteceu o irreparável

fizeram amor,

o amor entre as arvores

o amor nas águas

o amor numa redouça

sem descanso.

Deus que tudo sabe

por esta não esperava

zeloso como um primata

expulsa-os do Éden

gritando “fêmea ruim”

e dito e feito

Assim foi inventado o pecado

In “O Papa e a Bruxa”


DIA MUNDIAL DO TEATRO

Hoje cordei com cara de figurante e achei que tinha um blog perdido, uma mácara injeitada ou algo que me escorrega das mãos.
Ainda tenho esta coisa a funcionar.
Incrívelmente não dei nenhum beijo no asfalto nem tive nehuma angustia para o jantar. Acho naturalmente que hoje há luar, sentido-me um Romeu sem Julieta, um Pedro sem Inês.

A farsa toma conta desta comédia e os blogs são um bom esconderijo.