O cão de guarda tinha mais de quatro anos de serviço. O seu consolo era a visita, em tempo destinado, de uma alma canina caridosa porque de resto a sua fiel companheira era uma corrente pesada, agrilhoada ao pescoço. Branco de bom porte, denunciava a sua função. Ladrar, ladrar até mais não.
Depois de uma noitada a testar o chassis num troço do Rally de Portugal a “Fina-flor da Chiba” foi reparar a viatura à oficina de assistência. Eram para ai??? Muitos. Assistentes, bebentes, dormentes e até afródicos.
Para consolo do cão um dos afródicos aproximou-se do animal, que feliz lhe saltou para a perna, pensando possivelmente que era para a espinha. Foram horas de puro e duro prazer. O afródico dava a perna, e ele delirava, a assistência já não queria saber da ferrugem do chassis. A cena hardcore empinava o olhar da assistência.
Algum tempo depois o cão cai inanimado. Estava morto, morto por prazer, morto por amor ao osso da perna.
A consternação foi geral.
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